Perspectiva da Semana #112

O que está acontecendo no Brasil?

1. Política – O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, foi recebido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na quarta-feira (13). A comitiva de Lula foi composta por 13 senadores e outros aliados. Eles discutiram sobre política e eleições. (Estadão)

A Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição que amplia benefícios. As sugestões de mudanças, que atrasariam a tramitação, foram todas rejeitadas. Em sessão com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o Congresso Nacional promulgou logo em seguida a Emenda Constitucional na quinta-feira (14). O governo deve começar a pagar os benefícios a partir de 9 de agosto. (Estadão).

Fonte: O Estado de S. Paulo

O ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) anunciou que concorrerá ao Senado pelo Paraná. (Valor)

Pesquisa FSB/BTG mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando as eleições presidenciais com 41% (-2pp) das intenções de voto no primeiro turno, e Jair Bolsonaro (PL) com 32% (-1pp). O governo é desaprovado por 58% (-2pp) e aprovado por 36% (+1pp). O governo é considerado como “ruim/péssimo” por 47% (-3pp) e como “ótimo/bom” por 32% (+3pp). A pesquisa foi realizada por telefone com 2.000 eleitores de 8 a 10 de julho.

Segue o compilado da seleção de pesquisas:

2. Economia – O Ministério da Economia aumentou de 1,5% para 2% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022. Diversas instituições financeiras já elevaram suas estimativas para o PIB, a maioria entre 2% e 2,4%. A estimativa de inflação medida pelo IPCA foi reduzida de 7,9% para 7,2%. (Valor)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou resultado da da atividade econômica de maio. O resultado em serviços foi 0,9% maior do que o registrado em abril, superando a mediana de 0,2% prevista pelo mercado, e o do varejo cresceu 0,1%. (Estadão)

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou que as medidas legislativas aprovadas pelo Congresso reduziram, em média, 21% o preço da gasolina. (Senado)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou a redução em até 5,26% no valor das tarifas de energia em oito Estados. A decisão é com base na lei que estabeleceu a devolução de créditos tributários de PIS/Cofins aos consumidores (Estadão)

3. Administração pública – As Forças Armadas apresentaram, no Senado, uma proposta de votação paralela no dia da eleição, com cédulas de papel, como forma de aumentar a segurança das urnas eletrônicas. O Tribunal de Contas da União emitiu comunicado em que avaliou que o Tribunal Superior Eleitoral conta com mecanismos de gestão de riscos adequados para garantir as eleições. (Valor)


Uma análise:

1. A tendência política para as próximas semanas permanece positiva. O encerramento da sessão legislativa, com a aprovação e promulgação da PEC dos auxílios, marca um período de convergência entre Executivo e Legislativo. Isso pode significar duas coisas importantes: ou que a maioria dos parlamentares acredita na reeleição de Bolsonaro, ou que tenta extrair o máximo de concessões do governo para as eleições para deputados, senadores e governadores. O fato é que a oposição parlamentar ao governo ficou ainda mais reduzida e inexpressiva ao longo do semestre, incapaz de impor uma agenda legislativa própria ou de causar danos substantivos ao Executivo.

A principal questão política, durante o recesso parlamentar, será a conclusão das alianças políticas para início das convenções partidárias. Elas servem para que os partidos escolham candidatos a presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputado federal, deputado estadual e distrital e podem acontecer entre 20 de julho e 5 de agosto. A questão das urnas eletrônicas pode também ficar em destaque nesse período. Na segunda-feira (18), Bolsonaro convidou embaixadores estrangeiros para tratar sobre as urnas eletrônicas, o que pode causar algum ruído negativo.

Bolsonaro não entrou em polêmicas desnecessárias nesse período em que o governo foi atingido por diversos episódios negativos (Milton Ribeiro, Pedro Guimarães, assassinatos na Amazônia e no Paraná). Isso contribuiu para a melhoria do ambiente institucional. Ele parece ter transferido o desgaste sobre as urnas eletrônicas para o Ministério da Defesa, mas deve voltar a criticar o TSE em algum momento.

Esse bom momento do governo parece ser corroborado pelas pesquisas, especialmente nos índices de aprovação do governo. Embora ainda estejam ruins, eles melhoraram dentro da margem de erro. Nas intenções médias de voto, Lula parece incapaz de romper o teto de 45%, enquanto Bolsonaro mostra resiliência ao não cair abaixo de 30%, mas também não conseguiu avançar para mais de 35%. Por que isso é importante? Porque Lula pode ter alcançado o pico de intenções de voto, já que ainda não sofreu o desgaste de campanha que os adversários preparam e não conseguiu se consolidar nas pesquisas com um sólido 45%. Bolsonaro, contudo, ainda pode melhorar seu desempenho com base nos últimos episódios de combate à inflação. O desempenho e as próximas decisões relacionadas às candidaturas de Ciro e Simone Tebet também podem alterar essa equação. Ainda é incerto o efeito da PEC dos Auxílios ou das Bondades nas intenções de voto.

2. A economia segue em trajetória positiva nas próximas semanas. A aprovação da PEC dos auxílios e a redução dos combustíveis devem trazer um alívio aos beneficiários dos programas do governo. As recentes quedas na cotação do barril de petróleo também podem contribuir para o arrefecimento da trajetória inflacionária.

3. A gestão pública segue em tendência neutra, sem previsão de alterações significativas.

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