A matéria do Financial Times sobre think tanks na China é altamente interessante e a análise do Dr. Stephen Massey é muito informativa. Os think tanks são organizações que fornecem pesquisa e análise para grupos de interesse, jornais e decisores públicos. O grau de influência e independência dessas organizações varia amplamente, podendo ser autônomos ou afiliados a governos, partidos políticos, ideologias e até mesmo empresas.
Os think tanks são muito bem estabelecidos e respeitados na Europa e nos Estados Unidos, como o Brookings Institution, Bruegel e Chatham House. No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) são exemplos de think tanks de grande influência e reputação.
Diversas empresas têm interesse em promover os think tanks. É uma forma de promoverem avanços no debate temático e construírem consensos. Vimos a onda das petroleiras, das montadoras de carros e dos bancos. Agora, é a vez das big tech, que têm se aproximado – e financiado – diversos think tanks para influenciar a regulamentação digital no mundo todo. Google, Meta, Amazon, Microsoft e Apple utilizam essa estratégia externa como forma legítima de participar do policymaking process. Eu tratei desse assunto em aulas no Ibmec.
Em geral, os think tanks que possuem maior credibilidade possuem a capacidade real de influenciar o processo decisório sobre políticas públicas. Além disso, aqueles com boa reputação tendem a ser independentes, transparentes e contam com equipes de pesquisa altamente qualificadas.