
O que está acontecendo no Brasil?
1. Política – Em uma semana de esforço concentrado no Congresso Nacional, os parlamentares aprovaram mais de 30 proposições legislativas, incluindo-se seis medidas provisórias pelo Plenário da Câmara dos Deputados e 3 pelo Plenário do Senado Federal.
A pesquisa eleitoral FSB/BTG mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando as intenções de voto no primeiro turno com 43% (-2pp), seguido por Jair Bolsonaro (PL) com 36% (estável). O governo é considerado “ruim/péssimo” por 45% (estável) da população e “excelente/bom” por 34% (estável). A taxa de reprovação é de 55% (-1pp) e a taxa de aprovação é de 40% (+2pp). A pesquisa foi realizada por telefone com 2.000 eleitores de 26 a 28 de agosto.
A pesquisa Ipec/Globo aponta que Lula (PT) tem 44% (estável) de intenções de voto no primeiro turno contra Bolsonaro (PL), que tem 32% (estável). O governo é reprovado por 57% (estável) e aprovado por 38% (+1pp). A pesquisa foi realizada frente a frente com 2.000 eleitores entre 26 e 28 de agosto.
A pesquisa Quaest/Genial mostra Lula (PT) com 44% (-1pp) e Bolsonaro (PL) com 32% (-1pp). A pesquisa ouviu presencialmente 2.000 eleitores de 25 a 28 de agosto. O índice de desaprovação ficou em 40% (-1pp) e o de aprovação em 30% (+1pp)
A pesquisa Ipespe/XP indica Lula (PT) com 43% (-1pp) e Bolsonaro com 35% (estável). Foram entrevistadas por telefone 2.000 pessoas entre os dias 26 e 29 de agosto. O governo é considerado “ruim/péssimo” para 46% (-3pp) e “ótimo/bom” para 35% (+3pp). O índice de desaprovação está em 57% (-2pp) e o de aprovação, em 39%)+3pp).
A pesquisa PoderData, Lula (PT) tem 44% (estável) e Bolsonaro 36% (-1pp). A pesquisa entrevistou por telefone 3.500 eleitores, entre 28 e 30 de agosto. O índice de desaprovação foi de 56% (estável) e o de aprovação 38% (-2pp).
Por fim, a pesquisa Datafolha/TV Globo mostra Lula (PT) com 45% (-2pp) das intenções de voto, contra 32% (estável) de Bolsonaro (PL). Os que consideram o governo como “ruim/péssimo” são 43%, e como “ótimo/bom”, 31%. O levantamento foi feito presencialmente com 5.734 eleitores entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro.
Segue o compilado das pesquisas de julho e agosto, e as médias das pesquisas desde janeiro:


2. Economia – O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022, em relação aos três meses imediatamente anteriores. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). (Folha)
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,1% no trimestre encerrado em julho, queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, informou o IBGE. É o menor índice da série desde dezembro de 2015. O contingente de pessoas ocupadas no país bateu recorde da série histórica iniciada em 2012, somando 98,7 milhões de pessoas. (CNN)
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil registrou saldo positivo de 218,9 mil empregos formais em julho. (Valor)
O Tesouro Nacional informou que a dívida pública federal caiu 0,70% em julho, a R$ 5,804 trilhões. O custo médio do estoque de dívida caiu de 10,90% ao ano para 10,76% em julho e o vencimento dos títulos foi levemente alongado de 3,88 anos para 3,90 anos. (Folha)
Dados divulgados pelo Banco Central (BC) mostram que a dívida bruta do governo federal caiu para 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
O BC informou que o setor público registrou superávit primário de R$ 20,4 bilhões em julho, o maior resultado para o mês desde 2001, ano de criação da série histórica. (Estadão)
A Petrobras anunciou redução de 7,08% no preço da gasolina. O valor do litro na refinaria passará de R$ 3,53 para R$ 3,28, uma redução de R$ 0,25 por litro. (Valor)
3. Administração pública – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério da Defesa se reuniram com as respectivas áreas técnicas para apresentações sobre as urnas eletrônicas. O comunicado do TSE afirma que “ficou reconhecido o êxito dos testes de verificação das urnas eletrônicas” e que as áreas técnicas apresentarão a “possibilidade de um projeto piloto” como teste complementar de auditoria. (TSE)
O governo apresentou na quarta-feira (31) o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 ao Congresso Nacional. A projeção de déficit primário ficou em R$ 63,7 bilhões no próximo ano. Esse valor representa 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o percentual mais baixo estimado desde 2014 (déficit de 0,4% do PIB). (Brasil)
1. A perspectiva política segue positiva. A coalizão presidencial permanece robusta, como evidenciado pela expressiva aprovação de projetos de interesse do governo na semana passada. Os índices de apoio popular ao governo aumentaram levemente neste mês de agosto. Os conflitos institucionais diminuíram significativamente ao longo do mês.
Como se esperava, as pesquisas eleitorais de agosto mostraram um cenário político mais favorável a Bolsonaro em relação a julho, por três motivos principais: desgaste de Lula, economia, e crescimento nos índices de aprovação popular.
Lula começou a cair na preferência do eleitor, tanto pelo seu desempenho no debate eleitoral, quanto pelo resgate dos casos de corrupção envolvendo o PT e pela falta de propostas arrojadas. Não houve, por exemplo, aspectos inovadores que atraíssem o eleitor indeciso: Lula anunciou que pretende retomar o programa Minha Casa Minha Vida e realizar grandes investimentos em infraestrutura.
Bolsonaro também não tem apresentado propostas inovadoras, mas tem a seu favor o bom desempenho na economia, com queda do desemprego e da inflação e crescimento do PIB. Outro fator que tem contribuído para o leve crescimento de Bolsonaro nas pesquisas é a redução do tom belicoso em relação às urnas eletrônicas e ao Judiciário. Bolsonaro evitou, por exemplo, criticar excessivamente a decisão de Alexandre de Moraes sobre os empresários. Moraes foi criticado por diversos segmentos da sociedade pela desproporcionalidade de sua decisão. O grande teste da campanha de Bolsonaro será o 7 de Setembro: se evitar temas polêmicos, como o sistema eleitoral e o Judiciário, e coibir manifestações a favor de golpe, deve continuar crescendo nas pesquisas eleitorais. Em relação aos índices de aprovação, a média das pesquisas mostra que o apoio ao governo subiu para 40%, patamar em que as chances de reeleição aumentam substancialmente.
Desse modo, as três peças desse quebra-cabeças eleitoral são consistentes com o que se observa nas pesquisas. Para o mês de setembro, apesar da perspectiva de uma campanha acirrada, o ambiente político deve continuar favorável a Bolsonaro, colocando pressão adicional na campanha de Lula.
2. A economia segue com tendência positiva. Os números divulgados do PIB vieram acima do esperado pelo mercado. Diversas instituições financeiras e o Boletim Focus já revisaram a estimativa do PIB 2022 para em torno de 3%. Combinada com os recordes de arrecadação e de queda na taxa de desemprego, a economia brasileira segue dando sinais consistentes e robustos de crescimento.
Uma observação sobre o relatório. Este ano, embora algumas métricas tenham ficado em modo neutro ou negativo, a resultante dessas métricas ficou sempre em tendência positiva, constituindo um marco importante. Desde 6 de dezembro 2021, a tendência tem sido consecutivamente positiva. A diferença entre este report e outras análises é a tentativa de analisar as políticas econômicas sob a perspectiva da economia política, o que tem se mostrado válido e útil. Analistas de mercado e finanças públicas ou jornalistas especializados tendem a avaliar, corretamente, as decisões econômicas de forma segmentada. Aqui, procura-se integrar diversas fontes com influência na economia: dados e evidências dos órgãos oficiais, melhorias regulatórias, políticas públicas que afetam o ambiente de negócios, palestras, reportagens, reuniões e outras fontes de informação relevantes para a análise. Completando a análise com informações de atores privados e públicos, busca-se formar uma linha de base que ofereça explicações consistentes para o que está acontecendo. Ou seja, o report não reage individualmente a cada medida potencialmente ruim aprovada, mas a pondera em relação a outros fatores políticos e econômicos.
3. A administração pública continua em tendência positiva, sem alterações significativas.