Perspectiva da Semana #116

O que está acontecendo no Brasil?

1. Política – A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) pediram ao presidente Jair Bolsonaro (PL) estabilidade e redução das incertezas. No encontro, Bolsonaro criticou os manifestos em defesa da democracia, o ex-presidente Lula e o sistema eleitoral, mas afirmou seu compromisso com a democracia. (CNN)

A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, assinada por mais de 1 milhão de pessoas, foi lida na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo na quinta-feira (11). (g1)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, relatou episódio em que relatou críticas feitas a um ministro francês para cobrar melhor tratamento para o Brasil. Ele afirmou que a França estaria se tornando irrelevante para o Brasil, citando o baixo nível de comércio bilateral. (Folha)

Na segunda-feira (15), termina o prazo para o registro de candidaturas para os cargos em disputa nas eleições 2022. Até o momento, foram registradas 12 candidaturas para disputar o cargo de Presidente da República, 164 para governador, 177 para senador, 8.921 para deputado federal, 13.903 para deputado estadual e 518 para deputado distrital. (TSE)

Pesquisa FSB/BTG mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente das intenções de voto no primeiro turno com 41% (-3pp), seguido por Jair Bolsonaro (PL) com 34% (+3pp). O governo é considerado como “ruim/péssimo” por 44% (-3pp) da população e “ótimo/bom” por 33% (+2pp). A taxa de desaprovação caiu para 54% (-4pp) e a de aprovação subiu para 40% (+4pp). A pesquisa foi realizada por telefone com 2.000 eleitores de 5 a 7 de agosto.

Segue o compilado de pesquisas:

2. Economia – A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) recuou 0,68% em julho. É a menor taxa mensal já registrada na série histórica desde 1980. O acumulado em 12 meses alcançou 10,07%, e está em 4,77% em 2022. (Valor)

Esta semana, o governo iniciou o pagamento do aumento do Auxílio Brasil, agora em R$ 600,00, o vale-gás de R$ 110,00 e a bolsa-caminhoneiro de R$ 1.000,00. (g1)

O Itaú Unibanco divulgou que obteve lucro líquido de R$ 7,68 bilhões no segundo trimestre de 2022. O valor é 17,4% maior do que o lucro obtido no mesmo período de 2021. O Banco do Brasil lucrou R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre de 2022, resultado 54,8% superior ao mesmo período de 2021. (Estadão)

Sobre o PIB, o Itaú Unibanco revisou novamente a estimativa para 2022, de 2% para 2,2%.

A Petrobras anunciou nova redução do preço do diesel. O preço abaixou 4%, o que equivale a uma queda de R$ 0,22 por litro de diesel. (Folha)

O setor de serviços teve alta de 0,7% em junho, em relação a maio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho de 2021, o aumento foi de 6,3%. (g1)

3. Administração pública – O Supremo Tribunal Federal (STF) oficializou a eleição da ministra Rosa Weber como próxima presidente da Corte. Ela assume o cargo em 12 de setembro e ficará até 2024. O ministro Luís Roberto Barroso será o novo vice-presidente. Weber é juíza de carreira e está na magistratura há 46 anos. (Valor)

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) descredenciou o coronel Ricardo Sant’anna do grupo de fiscalização do processo eleitoral. Sant’anna A decisão foi comunicada ao Ministério da Defesa após a identificação de que o militar divulgava desinformações sobre o sistema eleitoral brasileiro. (g1)

O Brasil obteve aprovação do governo dos Estados Unidos para a aquisição de lançadores de mísseis antitanque Javelin e outros equipamentos militares. (Estadão)

De agosto de 2021 a julho de 2022, foram desmatados 8.590,33 km² de floresta na Amazônia. A taxa é a terceira maior do histórico recente do Deter, ferramenta do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que mede desmatamento praticamente em tempo real. O novo dado só fica atrás de 2019-2020 e de 2020-2021, respectivamente o primeiro e o segundo ano com maiores desmates. (Folha)


Uma análise:

1. A tendência política continua positiva. Não houve alterações na base de apoio parlamentar, que permanece sólida, mesmo com a ampla aliança partidária construída pela candidatura petista. Apesar da expectativa de mais conflitos institucionais, em decorrência dos manifestos, a semana transcorreu sem maiores problemas. A ida de Bolsonaro à Febraban serviu para a transmissão de mensagens arrefecedoras. Bolsonaro pode ter aceitado conselhos de aliados mais moderados, ou pode ter ficado feliz com as pesquisas eleitorais. De qualquer modo, a repercussão foi positiva, pelo menos por agora. O próximo ponto previsto de inflexão será às vésperas do 7 de Setembro.

Como previsto no relatório anterior, Bolsonaro tem obtido bons resultados nas pesquisas eleitorais, tendência que deve continuar durante todo o mês de agosto. A diferença entre ele e Lula, de acordo com a pesquisa FSB/BTG, está em 7pp, a menor da série histórica do levantamento. Esses números são corroborados pela melhoria no nível de apoio popular. Governos que alcançam 40% na taxa de aprovação, historicamente, aumentam consideravelmente as chances de reeleição, como é o caso mostrado na pesquisa. Pode-se afirmar que Bolsonaro está conseguindo transformar medidas econômicas em resultados políticos.

2. A economia segue com tendência favorável. O resultado da inflação, com deflação de 0,68% em julho, animou os mercados, que passaram a rever previsões de melhoria do PIB e de superávit primário para 2022. A nova redução do diesel deve contribuir ainda mais para a queda da inflação acumulada. Ainda existem divergências acerca do fim do ciclo de aperto monetário, se terminou em 13,75% ou se deve chegar a 14%.

Os resultados do setor de serviços também vieram positivos, corroborando as previsões para um PIB em torno de, pelo menos, 2% este ano.

3. A administração pública segue em tendência neutra, dando sinais de funcionamento normal entre as instituições. Geralmente, nos meses finais de um mandato, a administração pública segue um curso mais equilibrado. Os gestores estão muito mais integrados do que em 2021, por exemplo, e algumas políticas públicas do governo federal foram positivas. Um exemplo positivo, desde o começo, tem sido o Ministério da Agricultura; outro mais recente vem do Ministério de Minas e Energia, que avançou com a troca ministerial. O ministro Adolfo Sachsida teria tido mais dificuldade em gerar esses resultados no preço dos combustíveis anteriormente. Apesar disso, outras áreas continuam gerando resultados ruins, como é o caso das políticas públicas relacionadas ao meio ambiente.

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