1. Política – O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva testou positivo para o Covid-19 no domingo (5). Ele vai ficar isolado durante a semana. (g1)
O presidente Jair Bolsonaro criticou a imprensa e o Supremo Tribunal Federal na terça-feira (7). Ele viajou para Los Angeles na quinta-feira (9), onde participou da Cúpula das Américas e manteve reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. (CNN)
O PSDB formalizou seu apoio à Senadora Simone Tebet como pré-candidata à Presidência na quinta-feira (9). O PSDB indicará alguém do partido como candidato a vice-presidente na chapa. Por enquanto, as discussões são mais fortes em torno do Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). (CNN)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu indicar o senador Carlos Portinho (PL-RJ) para a liderança do governo no Senado, cargo vago desde dezembro do ano passado. (Folha)
A pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira (9), mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando as eleições presidenciais com 46% (estável) das intenções de voto no primeiro turno, e Jair Bolsonaro (PL) com 30% (+1 ponto percentual). O governo é avaliado negativamente por 47% (+1pp) da população, e 25% (estável) considera o governo positivo.
A pesquisa foi realizada face-a-face com 2.000 eleitores entre 2 e 5 de junho.
O PoderData também divulgou uma pesquisa realizada com 3.000 eleitores, entre 5 e 7 de junho, por telefone. A pesquisa mostra Lula com 43% (estável), seguido por Bolsonaro com 35% (estável) nas intenções de voto para o primeiro turno. O governo é reprovado por 52% (-2pp) dos eleitores e aprovado em 37% (-1pp). (Poder360)
Segue um resumo das principais pesquisas eleitorais:
2. Economia – O Brasil registrou quase 197.000 novos empregos em abril de 2022. O resultado foi um aumento de 120% em relação ao mesmo mês de 2021, quando foram criados 89.500 novos postos de trabalho. (Brasil)
A inflação oficial desacelerou para 0,47% em maio. O resultado foi a menor alta para o mês desde abril de 2021, quando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,31%. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro. No acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 11,73% em maio. (Valor)
Na sexta-feira (10), a inflação dos Estados Unidos subiu 1,0% no mês e avançou 8,6% no acumulado de 12 meses até maio. É o maior nível de inflação desde dezembro de 1981. (Poder360)
A Eletrobras finalizou o processo de capitalização na quinta-feira (9) e, com isso, estará privatizada. O preço por ação foi fixado em R$ 42. Cerca de 350 mil trabalhadores usaram recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para investir nas ações, que passarão a ser negociadas a partir de segunda-feira (13) na B3. (O Globo)
3. Administração pública – Os funcionários públicos do Banco Central do Brasil permanecem em greve desde 3 de maio. Eles rejeitaram a proposta do BCB de aumentar os pagamentos em 5%. (Agência Brasil)
O Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a decisão que devolveu o mandato a Fernando Francischini (União Brasil-PR) na terça-feira (7). Francischini perdeu seu mandato de deputado estadual por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em conseqüência de notícias falsas. Na semana passada, o Ministro do STF Nunes Marques anulou a decisão do TSE abrindo caminho para Francischini retomar seu mandato.
Uma análise:
1. A tendência política da próxima semana continua positiva, mas no limite de chegar à neutralidade. Embora o nível de conflito institucional tenha começado a semana elevado, entre quinta e sexta-feira ele foi diminuindo. Nos EUA, Bolsonaro adotou um tom mais moderado. A coalizão presidencial segue dando sinais de coesão e não houve alterações significativas nos níveis de apoio ao governo. As pesquisas eleitorais continuam sem mostrar grandes variações.
Dois pontos importantes para a política na semana que se inicia. O primeiro é sobre as eleições. Bolsonaro parece ter sentido o baque nas pesquisas e busca formas de sair do imobilismo. Aparentemente, boa parte dessa estagnação decorre da situação da economia, mas outra parte também pode ter origem na instabilidade política que Bolsonaro causa ao colocar em dúvida o sistema eleitoral ou ao fazer ataques ao Judiciário. Alguns analistas afirmam que foi dessa frustração com as pesquisas, tanto as públicas quanto as encomendadas por seu grupo político, que saiu um Bolsonaro mais irritado essa semana. Além disso, a aliança do PSDB com o MDB pode alterar um pouco o balanço entre Lula e Bolsonaro, mas a expectativa de que isso ocorra ainda é baixa.
O segundo aspecto relevante para a política é como o Legislativo vai avançar em relação aos vetos presidenciais e em relação ao PLP 18/2022. Surgiram dúvidas em relação à validade da medida sob a perspectiva da lei eleitoral. O encaminhamento desses dois assuntos pode dar sinais mais claros de como deputados e senadores estão percebendo as expectativas de vitória de Bolsonaro.
2. Na economia, a tendência na economia segue positiva para a próxima semana. A inflação segue alta, mas com tendência de redução, e o governo continua buscando uma solução para a questão dos combustíveis. O resultado dos empregos criados também foi positivo.
Merece destaque a privatização da Eletrobras, uma realização importante para o governo e que deve animar próximas ações. As indicações do governo para o conselho da Petrobras trouxeram importantes nomes do processo decisório econômico e financeiro, como o de Ricardo Soriano, Procurador-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Na semana que vem, o Copom anunciará sua decisão na quarta-feira. Análises do mercado financeiro apontam para um aumento de 0,5 pp para 13,25% ao ano.
3. A tendência na gestão pública passou para negativa. O governo tem sofrido críticas contundentes, em âmbito doméstico e internacional, sobre a questão do meio ambiente e sobre o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, desaparecidos no Vale do Javari, no Amazonas, desde domingo (5). A resposta tem sido lenta e fragmentada. A comunicação do governo sobre o caso também tem sido ruim.
Arthur Wittenberg 