The week ahead in Brazil #39

Short term

What is happening in Brazil?

1. Political negotiations for the election of the presidency for both congressional houses continues advancing. The current president of the Senate, Davi Alcolumbre, and president Jair Bolsonaro are supporting the candidacy of Rodrigo Pacheco (DEM-MG). The major party at the Senate, MDB, is trying to step forward and present a candidate next week. The election is set to 1 February. At the Lower House succession, the candidacy of Baleia Rossi (MDB-SP) is getting more political traction than Arthur Lira (PP-AL), the Centrão candidate supported by Mr Bolsonaro.

After the mob invasion of the US Congress on Wednesday (6), Mr Bolsonaro cast doubt over the Brazilian electoral process and warned that Brazil could face a worse situation in 2022 if nothing changes.

2. The 2020 trade balance increased 7% against 2019, at a surplus of USD51bn. The trade flow decreased from $402.7bn in 2019 to $368.9 in 2020, dropping 7.7%. The agribusiness was responsible for more than 20% of the export results. All major regions imported less from Brazil (US -27.2%; EU -13.5%; South America -18.3%), except China, with a 7.3% rise, reaching 33.4% of the total value of Brazilian exports. The full report is here.

On Tuesday (5), Mr Bolsonaro said to a supporter that “Brazil is bankrupt” and that is why he is not able to do anything, creating a reaction from economists. On the next day, he tried to minimise the impact of his statement.

The Ibovespa stock index hit a high-record on Friday (8) at 125,076 points.

3. On Monday (4), the Ministry of Health notified syringe producers of an administrative request to fulfil the ministry’s demand in front of other private or public buyers. The Federal Supreme Court (STF) ruled that the federal government cannot require the amount bought from states or cities. The government failed to buy 330 million syringes last December, acquiring only 2.3% of the total. On Wednesday (6), the ministry announced that states and cities have 60 million syringes, which would be sufficient to initiate the vaccination plan in January. A Folha report indicated that this number is 116 million syringes.

On Wednesday (6), Mr Bolsonaro summoned ministers to present the vaccination plan against Covid-19. Eduardo Pazuello, the Minister of Health, said Brazil would have 354 million vaccine doses for 2021. Brazil has not yet initiated any form of vaccination against Covid-19.


How to read it?

1. The political trend continues neutral. One reason is that there is no measurable relationship between the government and lawmakers because Congress is on recess until February. Nonetheless, the government is increasing its tension due to its delayed Covid-19 response, the risk of betting on the wrong horse in the election of the head of the House and the Senate, and it is running out of cash. There was no significant change in the government’s approval ratings.

2. The economy continues to provide solid signs of performance. The Ibovespa, the industrial production and the trade balance results are encouraging. Despite that, the fiscal problem requires a solution. The policy efforts of the Ministry of Economy, Paulo Guedes, are laudable, but my feeling is that he has reached his limit. Regardless of who is going to lead both Congress houses, the approval of the structural reforms will be very challenging, Mr Bolsonaro must spearhead this effort.

As for the trade results, I wonder how long Brazilian government officials will be able to afford an ideological speech regarding China. The 5G bidding is likely to draw a line.

3. As several countries have begun their national vaccination plans, including in South America, one cannot avoid a comparative public policy exercise. As this newsletter has assessed many times, the public management in Brazil is underperforming and bringing losses to its citizens. It is disappointing that Brazil is standing out as a state pursuing avoidable mistakes.

The policy health dimension is one of these most latent policy aspects, but it is not to be forgotten several other areas where policy outcomes remain opaque and dismaying, such as the environment, human rights, culture, the 5G debate and diplomacy.


Em português

Perspectiva da semana #39

O que está acontecendo?

1. As negociaçõe políticas para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado continuam evoluindo. O atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente Jair Bolsonaro apoiam a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O maior partido do Senado, o MDB, está tentando viabilizar uma candidatura própria até a próxima semana. A eleição está marcada para 1º de fevereiro. Na Câmara, a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) está tendo mais apoio do que a de Arthur Lira (PP-AL), o candidato do Centrão apoiado por Bolsonaro.

Após a invasão da turba ao congresso americano na quarta-feira (6), Bolsonaro lançou dúvidas sobre a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro e alertou que o Brasil poderia enfrentar uma situação pior em 2022 se nada mudar.

2. O resultado da balança comercial aumentou 7% em relação a 2019, com um superávit de US$ 51 bilhões. O fluxo comercial decresceu de US$ 402 bilhões para US$ 378,9 em 2020, diminuindo 7,5%. O agronegócio foi responsável por mais de 20% de todo valor de exportações. As exportações diminuíram para todos os grandes compradores (EUA -27,2%; Europa -13,5%; América do Sul – 18,3%), exceto para China, que aumentou 7,3%, alcançando 33,4% de todo o valor exportado em 2020. O relatório completo pode ser lido aqui.

Na terça-feira (5), Bolsonaro disse a um apoiador que o “Brasil está quebrado” e que ele não consegue fazer nada por conta disso. A reação de economistas foi forte. No dia seguinte, ele disse que não era bem assim.

O Ibovespa bateu novo recorde na sexta-feira (8), alcançando 125.076 pontos.

3. Na segunda-feira (4), o Ministério da Saúde notificou fabricantes de seringas que iria requisitar administrativamente as quantidades necessárias para suprir a demanda do ministério antes de outros clientes públicos e privados. O STF proibiu o ministério de fazer isso com estados e municípios. Em dezembro, o pregão do governo fracassou em comprar 330 milhões de seringas, conseguindo adquirir apenas 2,3% do total. Na quarta-feira, o ministério divulgou que estados e municípios possuem estoque de 60 milhões de seringas, o que seria suficiente para iniciar o plano de vacinação ainda em janeiro. Reportagem da Folha indicou que existem 116 milhões de seringas.

Na quarta-feira (6), Bolsonaro convocou uma reunião ministerial para apresentar o plano de vacinação contra a Covid-19. Eduardo Pazuello, o Ministro da Saúde, afirmou que 354 milhões de doses de vacina estão garantidas para 2021. O Brasil ainda não iniciou a vacinação da população.


Uma análise

1. O cenário político permanece neutro. Em parte, por conta do recesso do Congresso Nacional e do relacionamento com parlamentares. Apesar disso, a tensão política está aumentando por conta do atraso da resposta à Covid-19, da possibilidade de ter apoiado os candidatos perdedores às presidências da Câmara e do Senado e por conta da falta de dinheiro. Não houve mudança significativa na taxa de aprovação do governo.

2. A economia continua a dar sinais consistentes de desempenho. O Ibovespa, a produção industrial e o resultado de comércio exterior são encorajadores. Mesmo com essa situação favorável, a questão fiscal precisa ser equacionada. Minha opinião é de que os esforços do Ministro da Economia, Paulo Guedes, são louváveis, mas ele atingiu seu limite. Independentemente do resultado da sucessão no Congresso Nacional, a aprovação as reformas estruturais vai ser difícil, e esse esforço de aprovação deve ser liderado por Bolsonaro.

Sobre os resultados comerciais, eu me pergunto até quando membros do governo vão conseguir bancar um discurso ideológico em relação à China. O leilão do 5G poderá ser o divisor de águas.

3. Como muitos países iniciarem seus planos de vacinação, incluindo alguns na América do Sul, um exercício de política pública comparativa é inevitável. Como já avaliei várias vezes, a gestão pública brasileira continua com desempenho sofrível, trazendo perdas à população. É decepcionante que o Brasil se destaque entre países similares como um estado realizando equívocos que poderiam ser evitados.

A saúde é um desses aspectos mais visíveis do resultados de má gestão de políticas públicas , mas não se deve esquecer a situação de desalento e pouca transparência de outras políticas públicas, como as do meio-ambiente, direitos humanos, cultura, o debate sobre o 5G ou a diplomacia.


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